Manoel Francisco
Quantas lembranças, quantas saudades.
Saudades do Chico, do Chico Enfermeiro.
Francisco Pereira Baptista nasceu em Guimarães, Freguesia de São Sebastião em Portugal, no dia 05 de maio de 1892.
Chegou a Manaus a 04 de agosto de 1929, onde residiu durante 10 anos, na Sociedade Portuguesa Beneficente do Amazonas.
Certo dia chegou à pequena cidade de Coari, um homem branco, alto, de olhos claros; não sei se perdido em nossos rincões, mas veio subindo o rio Solimões. Era o dia 12 de dezembro de 1939.
Tornou-se conhecido na cidade, pelo carinhoso apelido de “Chico Enfermeiro”, dada a sua luta, coragem, abnegação, dedicação e o seu amor e zelo pela saúde do povo coariense, que vivia abalada pelas doenças tropicais, muito comuns na região.
Era uma pessoa excepcional, incansável, sempre disposta a atender aos que necessitavam de sua ajuda, a qualquer hora que era solicitado atendia a todos sem distinção, enviado por Deus, operava milagres por onde passava, com sol causticante, chuvas intermitentes, ou temporal arrasante.
Previu, amenizou e curou a dor deste povo tão sofrido e tão distante da grande metrópole.
Aqui viveu durante 32 anos, casado com D. Francisca Albertina Alves Baptista, com a qual teve 11 filhos, criando-os com dedicação. Abrigou também no seio da família, várias crianças órfãs.
Um dia, seu organismo sentiu os primeiros efeitos das horas exaustivas que levava.
Primeiro de setembro de 1971. Manhã chuvosa, 6h. Em um dos leitos do quarto sete, do Hospital da Unidade Mista de Coari, morria Chico Enfermeiro, rodeado de amigos e familiares.
A ti, Chico, nossa homenagem.
A ti, Portugal nossa gratidão.
De Coari, onde uma vez, com lágrimas se fez.
… a história deste Chico . . . Tão linda!
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2 comentários em “O Último dos Imigrantes”
Olá, boa tarde,qual o dia mês e ano da publicação deste conteúdo???
Esse texto do professor Manoel Francisco foi publicado no site Coari.net (Cultura Coariense) no dia 30 de maio de 2016.
Ele publicou pela primeira vez na década de 80 por uma folha impressa. Depois Daniel Almeira e eu publicamos no Livro “Uma Literatura Coariense” em 2015.