Coari: avião cortou a cabeça de dois homens – 1971

cortou

Jornal ‘A Notícia’ – 19 de setembro de 1971

Nesse texto vamos narrar o acidente acontecido no lago de Coari, em que um avião cortou a cabeça de dois homens no ano de 1971.

cortou
Hidroavião Catalina da Panair

Edvan Matos Cavalcante (Funcionário da Celetramazon, casado, pai de um filho de três meses) e Pedro Antônio da Cruz (casado, verdureiro, pai de seis filhos), ambos residentes nesta cidade, tiveram morte horrível, no dia 17 de setembro de 1971, às 11h30min, no porto de Coari, ao serem violentamente atingidos por uma hélice de um Catalina da Força Aérea Brasileira, no momento em que ambos se aproximavam do aparelho, numa canoa, conduzindo diversos passageiros que iam embarcar com destino a Manaus.

MORTE

Edvan, como colaborador, era encarregado de entregar ao comandante do avião a lista de passageiros, elaborada, também, espontaneamente, pela Srta. Margareth Mesquita, funcionária da Prefeitura de Coari e Pedro Antônio, por sua vez, ajudava no transporte, de canoa, de terra para o avião e vice-versa, dos passageiros. Essa missão seria cumprida regularmente, ontem, não fosse a fatalidade. Quando o Catalina amerissou, os dois puseram os passageiros na canoa e remaram ao encontro do aparelho, que ainda mantinha em funcionamento, sem muita velocidade, as suas duas hélices. Edvan e Pedro Antônio já faziam aquilo com muita perícia, de modo que não existiam obstáculos na abordagem, mesmo quando o banzeiro é forte e faz o avião mexer-se à flor d’água.

Quando a porta do Catalina se abriu, a canoa foi certamente empurrada por alguma onda para a frente. A hélice do lado direito, subitamente, atingiu em cheio de uma só vez, a cabeça de Edvan e Pedro Antônio, jogando ao rio.

Cortou

O golpe foi de cima para baixo, bem no meio do couro cabeludo, evitando, por certo, fossem ambos decapitados. A médica Edna Guerra, esposa do médico Guerra, diretor do hospital da SUSEMI, que também estavam dentro da canoa, escapou milagrosamente de morrer, pois se achava bem ao lado de Edvan. Quando este recebeu o golpe mortal e foi cuspido para dentro do rio, bateu na médica, tirando-a do perigo. Mesmo assim ela caiu, recuperando-se horas depois do tremendo choque. Edvan e Pedro Antônio toram retirados imediatamente do rio e levados para o hospital, onde chegaram mortos, pois tinham a cabeça aberta em duas bandas.

INQUÉRITO

Horas depois o comandante do aparelho, major Varela, compareceu à Delegacia de Polícia, prestando depoimento em inquérito instaurado. Toda a população de Coari saiu às ruas, depois do acidente. As duas vítimas eram pessoas queridas em todos os círculos, aos quais serviam sempre com abnegação e pontualidade. O Catalina da FAB, que procedia de Tefé, com outros passageiros, deverá seguir para Manaus ainda hoje, sábado.

N.R. — Até o encerramento de nosso expediente a Base Aérea de Manaus ainda não havia expedido nenhum comunicado oficial, mas acredita-se que os detalhes do acidente sejam pormenorizados nas próximas horas.

Leia mais em:
A história da promoção da saúde em Coari (1854 – 2004)
A Cólera em Coari – 1991
Gregório José Maria Bene e a Mudança da Freguesia de Alvellos – 1855
Catalina – hidroavião que faz parte da história da aviação brasileira
Coari coroou sua Miss Universo Coari 2023

avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortououavião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou

avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortououavião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou

avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortououavião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortou avião cortououavião cortou

Está gostando ? Então compartilha:

1 comentário em “Coari: avião cortou a cabeça de dois homens – 1971”

  1. Que acidente terrível! Quantas situações vividas em outras décadas que pouco se sabe. Não havia o trânsito complexo como o de hoje na cidade de Coari; as facções que disputam os espaços ao tráfico; não havia toda a violência de hoje, porém, acidentes como o narrado nesse texto causavam grande trauma na população e se tornavam os grandes fatos que abalavam a vida cotidiana.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Areal Souto
Literatura
Archipo Góes

Histórias esquecidas 01: Areal Souto

A história de Francisco do Areal Souto é uma mistura de aventura, suspense e humor. O protagonista é um homem forte e destemido, que sempre encontra uma maneira de superar as adversidades. A panela de pressão, que deveria ser uma ferramenta útil, acaba se tornando uma fonte de mistério e diversão.

Leia mais »
rosa
Francisco Vasconcelos
Archipo Góes

O homem que escreveu sobre o palhaço e a rosa – 2018

Francisco Vasconcelos, autor do livro “O palhaço e a rosa”, é um escritor que aborda temas como a infância, o amor perdido, a contingência da vida, a pobreza e a injustiça. Sua obra é resultado da vida que o autor promoveu para si e a que se submeteu.

Leia mais »
Castanheira
Literatura
Archipo Góes

Excelsa Castanheira – 06

Nesse texto de Antônio Cantanhede incluído na seção Coari de seu livro “O Amazonas por Dentro”, podemos observar que a castanheira amazônica se destaca ao manter suas flores o ano todo enquanto outras árvores se desfolham sazonalmente. No período de agosto a setembro, ela revela ouriços de castanhas, atraindo aves e macacos. Essa árvore é símbolo econômico na Amazônia, sendo reverenciada tanto por sua beleza quanto pelo valor de suas castanhas. Coari, no princípio do século XX foi um dos maiores produtores de castanha do Amazonas.

Leia mais »
Rolar para cima
Coari

Direiros Autorais

O conteúdo do site Cultura Coariense é aberto e pode ser reproduzido, desde que o autor “ex: Archipo Góes” seja citado.