Jornal do Comércio 14/03/1980
O município de Coari enfrentou sérios problemas de escoamento da produção, devido à vazante incomum do rio Solimões. Isso afetou a economia, especialmente a produção de castanha-do-pará e juta.

O município de Coari está sendo ameaçado pela vazante do rio Solimões, com reflexos principalmente na sua economia, destacada pela produção de castanha-do-pará, juta e outros produtos, que não está tendo escoamento em face do não acesso de transporte aos centros de produção.
A informação foi prestada ontem pelo prefeito municipal de Coari, Clemente Vieira Soares, em nossa capital, onde se encontra para participar do Encontro dos Prefeitos promovido pelo Governador José Lindoso.
O rio Solimões tem ultimamente apresentado fenômenos ignorados pela população, principalmente, no tocante ao regime de vazante que se processa atualmente em época contrária aos anos anteriores, prejudicando totalmente a colheita e plantio dos produtos básicos da região.
A produção de castanha no município de Coari, segunda informou o prefeito, será fracassada este ano, uma vez que as estimativas se processam em torno da queda de 40 por cento. O mesmo está previsto acontecer com a produção da juta.
No entanto, a prefeitura Municipal de Coari, está procurando junto às entidades governamentais mover todos os meios disponíveis visando encontrar uma solução para o problema. Inclusive, incentivando os agricultores da região para que os trabalhos continuem nos campos de lavoura. De acordo com a política administrativa do governador José Lindoso, o prefeito Clemente Vieira Soares, acredita em novos campos de financiamento para a agricultura, caso haja fracasso total em razão do fenômeno geográfico dos rios da Bacia Amazônica.
Política
Em termos de política no município de Coari, declarou o prefeito Clemente Vieira Soares, a filiação de aproximadamente 56 políticos no PDS, cujos nomes já foram indicados ao Diretório Provisório Regional do partido. Outros novos partidos políticos ainda não se manifestaram no município. Enquanto isso, o prefeito espera o pronunciamento dos líderes para implantar o “QG”. Disse ainda o prefeito de Coari, que a formação de novos municípios no Estado não afetará o seu município, pois nos contatos mantidos com técnicos ligados ao projeto a região de Coari se constituí, na maioria, de várzeas, não apresentando probabilidade da formação de outra sede municipal.
Disse ainda o prefeito de Coari, que a formação de novos municípios no Estado não afetará o seu município, pois nos contatos mantidos com técnicos ligados ao projeto a região de Coari se constituí, na maioria, de várzeas, não apresentando probabilidade da formação de outra sede municipal.
Leia mais em:
Do Ouro Vermelho ao Ouro Negro: o crescimento econômico de Coary – Parte 01
Do Ouro Vermelho ao Ouro Negro: o crescimento econômico de Coary – Parte 02
1 comentário em “Prefeito de Coari preocupado com falta de escoamento para produção – 1980”
Pela notícia, de março de 1980, a gente percebe o pouco a se fazer contra a força da natureza. A não ser tentar medidas emergenciais, de acolhimento aos que ficam sem a água para uso do transporte da produção; vazante e enchente fazem parte da vida da gente desde que a amazônia é esse gigante ecossistema. Somos nós que temos que nos adequar a elas, e não o contrário. E mais uma vez vivemos uma grande vazante.