A Chegada dos Padres Redentoristas em Coari – 1943

Uma pequena narrativa sobre a história da chegada dos padres Redentoristas em Coari

Redentoristas em Coari
Padre João McComick

Até o ano de 1942 só aparecia padre em Coari em atividade religiosa por um ou dois dias e em condição especial de “Desobriga”. A viagem era feita solitariamente para visitar o seu rebanho e “desobrigá-los” em relação aos Sacramentos do Batismo, Eucaristia, Penitência, Crisma e Matrimônio sem todos os preparativos apropriados e sem continuidade.

Visita Pastoral - 1967
Dom Mário em visita pastoral – 1967

A Diocese do Amazonas enfrentava grandes dificuldades para evangelizar nosso estado, e o principal motivo era a falta de padres para atender sobretudo as paróquias das cidades do interior. Em razão disso, no dia primeiro de outubro de 1943, o Bispo do Amazonas, Dom João da Mata de Andrade e Amaral solicitou ao superior da Ordem Redentorista da província de Sant´ Louis (EUA), o envio missionários daquela localidade para evangelizar no Estado do Amazonas.

A solicitação foi aceita. E as primeiras paróquias em que começaram o seu trabalho de evangelização foram as de Coari e Codajás. Mais tarde se estendendo para Manacapuru, Anori e a vila de Anamã etc.

Os primeiros missionários a chegarem a Manaus, em 22 de julho de 1943, eram os Padres José Elworthy*, João McComick, André Joerger, José Maria Buhler, Jaime Martin e o Irmão Cornélio Ryan.

Ainda no ano de 1943, a comitiva dos recém-chegados padres norte-americanos viajou à Coari, e ao chegarem foram recebidos pela população no lago de Coari, próximo ao sobrado da Família Dantas com muita festa e curiosidade. Os sinos da igreja soavam dando boas-vindas e todos queriam receber as benções que eram distribuídas em inglês e as missas celebradas em latim, como era tradição naquela época.

Destacamos que, além da grande mudança no modo de viver do coariense com amparo espiritual, assistência social e de saúde, houve o início da mudança na arquitetura paisagista da cidade, com a construção coordenada pelo Irmão Cornélio Ryan e do Padre José Elworthy, da casa paroquial, um pequeno hospital e o seminário, que mais tarde se transformou na escola Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.

* Em 04 de fevereiro de 1944, foi nomeado o primeiro Pároco da Paróquia de Coari. Em 13 de julho de 1963, foi criada a Prelazia de Coari (Codajás, Anori, Anamã, Beruri, Caapiranga, Manacapuru e Coari, que foi a sede) desmembrada da Diocese de Manaus.

Archipo Góes (Excerto do Livro nunca mais Coari)

Leia mais em:

A Cólera em Coari – 1991

Cobra Grande do Lago de Coari, no rio Amazonas — 2021

A História do Miss Coari (1940 – 1979)

Centenário de Dom Mário

Missão Redentorista no Amazonas

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5 comentários em “A Chegada dos Padres Redentoristas em Coari – 1943”

  1. Luiz Carlos Barbosa Bezerra

    É realmente interessante saber um pouco da história da nossa Coari, muito obrigado pela ótima postagem.

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Brisa
Literatura
Archipo Góes

Minha Brisa Rosa

A autora relembra sua infância em Coari e as aventuras com sua bicicleta Brisa rosa, presente de seu pai em 1986. Após passeios noturnos pela cidade, um acidente lhe deixou uma cicatriz e encerrou sua relação com a bicicleta. A história mistura nostalgia e a lembrança de uma época marcada por diversão e pequenos riscos.

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Escadaria
Crônicas
Archipo Góes

Escadaria

O texto descreve uma viagem nostálgica da autora ao ser transportado de um trânsito parado para memórias de infância nos anos 80 em Coari. O caminho até a escadaria envolvia passar por figuras e locais marcantes da cidade. Ao chegarem ao rio, ela passava horas flutuando e apreciando aquele cenário.

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dança
Dança
Archipo Góes

Corpos em Movimento: Workshop Gratuito de Dança em Coari

O projeto “Corpos”, contemplado pelo edital Paulo Gustavo, oferece aulas gratuitas de Dança Contemporânea e Improvisação para jovens e adultos a partir de 11 anos. As oficinas exploram a expressividade corporal, a improvisação e o aprimoramento de técnicas básicas, com direito a certificado ao final do curso e uma demonstração artística para a comunidade.

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Garantianos
Folclore
Archipo Góes

Correcampenses x Garantianos

A crônica Correcampenses x Garantianos, narra a rivalidade entre os bois-bumbás Corre-Campo e Garantido em Coari, marcada por brigas e um episódio de violência em 1989. A retomada do festival em 1993 e a vitória do Corre-Campo geraram reações distintas. A crônica reflete sobre a polarização social, a cultura popular como identidade local e a importância da tolerância para a harmonia.

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Santana
Literatura
Archipo Góes

Um dia de Santana em Coari em uma Igreja Ministerial

O texto narra a vivência da festa da padroeira de Coari, retratando a devoção à Santana, a padroeira da cidade, e a importância da fé para o povo local. A narrativa destaca a movimentação do porto, a participação dos trabalhadores da castanha, a procissão, a missa e o arraial, revelando a religiosidade popular e a cultura local. A história do patrão e dos trabalhadores da castanha ilustra a exploração do trabalho na região, enquanto a presença do bispo e dos padres reforça o papel da Igreja Católica na comunidade. O texto termina com a reflexão sobre a fé, a esperança e a importância da preservação da tradição.

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Guadalupe
Literatura
Archipo Góes

O Trio Guadalupe – 1987

O texto narra as memórias da autora sobre sua infância na década de 80, marcada pela paixão por filmes de dança e pela amizade com Sirlene Bezerra Guimarães e Ráifran Silene Souza. Juntas, as três formavam o Trio Guadalupe, um grupo informal que se apresentava em eventos escolares e da comunidade, coreografando e dançando com entusiasmo. O relato destaca a criatividade e a alegria das meninas, que improvisavam figurinos e coreografias, e a importância da amizade que as uniu. Apesar do fim do trio, as memórias das apresentações e da cumplicidade entre as amigas permanecem como um símbolo daquela época especial.

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maçaricos
Literatura
Archipo Góes

Os maçaricos do igarapé do Espírito Santo têm nomes

Maçaricos, aves e crianças, brincavam lado a lado no Igarapé do Espírito Santo em Coari–AM. Um local de rica vida natural e brincadeiras, o igarapé variava com as cheias e secas, proporcionando pesca, caça e momentos marcantes como a brincadeira de “maçaricos colossais” na lama. O texto lamenta a perda da inocência e da natureza devido à exploração do gás do Rio Urucu e faz um apelo para proteger as crianças e o meio ambiente.

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Coari

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